quarta-feira, 9 de julho de 2008

1977, Marrocos, um pão de forma e 4 amigos...



São Pedro do Estoril foi provavelmente a primeira praia de Portugal onde a palavra surf ganhou significado. Antes ainda dos primeiros alucinados começarem a comprar freneticamente aos “freaks” de passagem, pranchas de surf mais ou menos adequadas, já aí se praticavam diversas modalidades de andar nas ondas. Dos colchões Repimpa às canoas de tábuas de pinho, tudo servia para cavalgar as bichas até mesmo nos dias de marés vivas, como então lhes chamávamos.

O que tem isto a ver com viagens e sobretudo Marrocos? É simples. Acontece que o verdadeiro pai do surf lusitano, um senhor chamado Pedro Lima, tinha um filho também ele chamado Pedro Lima. E um dos entusiastas do dar banho á prancha, na tal praia de São Pedro, o vosso escriba de ocasião, tinha acabado de completar a transformação da sua já velha VW Combi acabada de comprar, num magnífico motorhome, nome então desconhecido, mas que significa como então significava, casa sobre rodas. Pois. E então? Então acontece que o dito Pedro Lima, pai, tinha resolvido mostrar Marrocos á sua nova namorada, na sua também já bem rodada VW Combi, e o Pedro Lima, filho, tinha sugerido ao orgulhoso dono da outra Combi (na altura era coisa de gente muito á frente), aproveitarem para fazer uma surf trip pois se em Portugal o surf ainda era novidade, em Marrocos nem se fala.
A perspectiva de praias fabulosas e desertas, clima fantástico, sobrevivência muito em conta e conhecer África já aqui ao lado, era a oportunidade de concretizar sonhos de aventura e loucura á boa maneira dos heróis dos USA das nossas leituras. Para mais, estávamos em Setembro, mês das ondas grandes e nenhum de nós tinha obrigações escolares…

Passaram-se 30 anos sobre esta viagem, e vai fazer um ano que fui de novo a Marrocos num mini motorhome. Hoje, veio-me a vontade de tentar relembrar o que foi e como foi.
Veremos no que dá.
Hoje fica a introdução, manhã há mais.

Um comentário:

João Catarino disse...

Isto é já um pequeno pedaço da nossa história recente, a de uns meninos da linha que viveram muito à frente da realidade portuguesa numa dada época.
Reunam fotos escrevam e façam um livro vale a pena!